terça-feira, 14 de junho de 2011

NÓS QUE PAGAMOS A CONTA!

Acordão de Agnelo deixa o cofre vazio

Nove milhões/mês prometidos a empresas de ônibus para evitar greve dos rodoviários daria para contratar 2,5 mil médicos para os falidos hospitais públicos da capital da República


Acordo feito com empresários do transporte e rodoviários autoriza repasse de R$ 9 milhões mensais para suprir “déficit” mensal alegado pelo setor

O governo do Distrito Federal vai gastar R$ 300 mil por dia para evitar a greve dos rodoviários. O custo de R$ 9 milhões ao mês é fruto de acordo com empresários do setor de transporte e representantes dos rodoviários, que ameaçavam o movimento para os próximos dias caso o governo não promovesse reajuste na tarifa dos ônibus. A saída da destinação do recurso foi a alternativa encontrada pelo GDF para evitar o desgaste que uma paralisação poderia causar no atual momento político.


A reivindicação dos empresários do setor não vai sair do bolso do usuário do sistema, mas dos cofres públicos. Para se ter ideia, o valor gasto poderia ser utilizado para a compra de mais de 35 mil cestas básicas por mês, na geração de pouco menos de 17 mil empregos assalariados ou mesmo na contratação de mais de 2,5 mil médicos para os hospitais da rede pública do DF.


De acordo com a proposta divulgada pelo GDF, o Executivo deve encaminhar nos próximos dias para análise da Câmara Legislativa um projeto que altera a lei do passe livre e cria para os cofres públicos uma despesa superior a R$ 100 milhões por ano, dinheiro que será repassado, diretamente, para os empresários de transporte a título de subsídio. Sob outro ângulo, o valor chega ao R$ 9 milhões mensais.


O passe livre foi aprovado pelos distritais sob suspeitas. Em meio à crise da operação Caixa de Pandora, em novembro de 2009, durante uma coletiva na Câmara Legislativa, o empresário e ex-senador Valmir Amaral denunciou um suposto esquema de pagamento de propinas de R$ 1 milhão para a votação do projeto e mais de R$ 600 mil para logo após a derrubada do veto.


Durante as exibições dos vídeos da operação Caixa de Pandora, ainda, o deputado distrital Benício Tavares (PMDB) afirmou para o delator do escândalo, Durval Barbosa, que 14 deputados da época teriam se beneficiado do dinheiro dos empresários de transporte para aprovar a Lei do Passe Livre. A gravação está sendo investigada pela Polícia Federal.


O polêmico projeto do passe livre é de autoria do ex-deputado distrital Paulo Tadeu (PT), hoje secretário de Governo e um dos responsáveis pela negociação com os empresários do setor. O movimento grevista foi suspenso e o GDF promete licitar mais mil ônibus para tentar suprir a carência no setor dos transportes, uma das mais criticadas dentro do GDF.


Fonte: Blog do José Seabra

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